A verdade é que a verdade dói. Dói e arranca pedaços. Dói e despedaça o coração em três pedaços. Dói e te faz querer tapar os ouvidos e vendar os olhos, só para não ter que ver ou ouvir o estrago que ela pode causar. Dói e te faz nunca mais querer ouvi-la. Dói e te faz querer fingir que ela não está ali. Dói e te faz ser covarde. Dói, mas é necessária. Dói, mas… Querendo ou não, fechando os olhos, tapando os ouvidos, fingindo que ela não está ali, dando piruetas no ar, correndo por distâncias enormes, indo e voltando, ela não vai sair do lugar. A ideia de ter de encarar a verdade dói e não a enxergar parece ser mais confortável. É como receber um hóspede que você não quer em sua casa e fingir que ele não está lá, apesar de estar e precisar de sua atenção. A boca é o instrumento que precisa trabalhar perfeitamente as palavras para que a verdade não se torne tão dolorosa, porque mesmo tomando cuidado com o que se diz, a verdade sempre vai doer, não adianta tentar evitar. E por mais que doa a pior das verdades, sempre será melhor que a mais bela das mentiras, porque a verdade é libertadora de uma forma que mentira nenhuma jamais conseguiu ser. Por mais difícil que seja encarar os fatos, ficar com uma venda nos olhos também não é de toda ajuda. Liberte-se. — Escrito por Juliana, Nathane e Laura em Julietário.

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